MAPEAMENTO E ANÁLISE MULTITEMPORAL DE CASOS NOTIFICADOS DE HANSENIASE NA 11ª REDE REGIONAL DE ATENÇÃO DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO
Palavras-chave:
Epidemiologia, Mapeamento temático, Impacto ambiental, Saúde públicaResumo
Introdução: A hanseníase é uma doença crônica, infecto contagiosa, causada por uma microbactéria (Mycobacterium leprae). O Brasil, ainda, é um dos países que têm essa doença como um problema de saúde pública. O estado de São Paulo tem áreas de alta vulnerabilidade socioeconômica, como a região do Pontal do Paranapanema, à extremo oeste do estado. No contexto de saúde, o Pontal está inserido na 11ª Rede Regional de Atenção à Saúde (RRAS-11), formada por 45 municípios. Objetivo: Esse trabalho, portanto, propõe caracterizar os aspectos epidemiológicos da hanseníase sua distribuição espaço-temporal na RRAS-11 de 2007 a 2017. Metodologia: Os números de casos disponíveis por município foram obtidos no Sistema Nacional de Agravos e Notificações, e os dados de população no censo demográfico de 2010. Assim, calculou-se a taxa de incidência da doença e aplicou-se ferramentas de geoprocessamento, em ambiente de sistema de informação geográfica, o que permitiu a produção de mapas de diagnóstico espaço-temporal da doença. Resultados: Constatou-se uma distribuição heterogênea dos casos de hanseníase nos municípios da RRAS-11. Alguns locais têm alta taxa de incidência, enquanto outros são eficazes no entendimento epidemiológico e na ordenação de ações que bloqueiam a expansão da doença. A espacialização da taxa de incidência por uma abordagem multi-temporal, assim como sua descrição epidemiológica, auxilia no planejamento de ações em saúde pública. Conclusão: Na região da RRAS-11, essa constitui-se na primeira investigação científica, a qual apoia o processo “informação - decisão - ação” na prática cotidiana das equipes de atenção primária à saúde, a fim de determinar prioridades e avaliar ações e intervenções. Nesse estudo de caso, conclui-se que o ritmo lento de queda na prevalência da hanseníase pode estar relacionado a diferenças no desenvolvimento e padrão de vida entre as regiões da RRAS-11. Da mesma forma, a detecção precoce e a redução de incapacidades parecem estar relacionadas à eficiência dos serviços de atenção básica de saúde. O conhecimento gerado nesse trabalho fortalece a integração das ações da vigilância e atenção primária à saúde para o controle da hanseníase. Recomenda-se a ampliação desse estudo para demais regiões do país, de modo a permitir um diagnóstico da situação epidemiológica no Brasil.
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