ANÁLISE MICROBIOLÓGICA EM TELEFONES CELULARES DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE
DOI:
https://doi.org/10.24980/ucsb.v4i7.4832Palavras-chave:
Contaminação, Microrganismos, Celulares, Universitários, HigienizaçãoResumo
O Brasil é o quinto maior mercado consumidor de aparelhos celulares no mundo. A manipulação intensa do aparelho pode torná-lo veículo para contaminação microbiológica cruzada por contato com pele e secreções e microrganismos do ambiente. O objetivo deste trabalho foi verificar a contaminação por microrganismos nos aparelhos celulares de estudantes universitários da área da saúde. Foram selecionados, aleatoriamente, graduandos dos cursos de medicina de um centro universitário brasileiro. As amostras foram coletadas com swabs estéreis, inoculadas em meios de cultura seletivos e cultivadas em estufa bacteriana a 37ºC por 48 a 72 horas. A identificação dos microrganismos foi realizada por coloração de Gram e observação ao microscópio óptico. Um questionário semiestruturado foi aplicado para verificar os ambientes de uso, a frequência e a metodologia utilizada para higienização. A análise dos resultados mostrou que 93% dos aparelhos analisados apresentaram contaminação, sendo que o número de unidades formadoras de colônias (UFC) variou de apenas 3 até 80 UFC. A coloração de gram evidenciou a presença de Staphylococcus aureus e bacilos gram negativos. Observaram-se colônias de fungos, sendo identificado Rhizopus spp e outros fungos filamentosos. Em relação às repostas obtidas, 100% dos estudantes analisados utilizam o celular diariamente, 80% emprestam o aparelho para uso, 66,7% utilizam aparelhos de outros colegas e 73,3% higienizam o aparelho, sendo que 40% o fazem uma vez por semana e o restante apenas ocasionalmente. Conclui-se que o celular pode ser considerado um fômite para transmissão cruzada de microrganismos de importância médica relacionados a infecções associadas à assistência à saúde.
MICROBIOLOGICAL ANALYSIS OF HEALTHCARE UNDERGRADUATE STUDENTS' CELL PHONES
ABSTRACT
Brazil is the fifth largest cell phone consumer market in the world. The extensive handling of the device may turn it into a vehicle for microbiological cross-contamination by contact with skin, body fluids, and microorganisms from the environment. The main objective of this study was to determine the contamination by microorganisms in the healthcare undergraduate students’ cell phones. We randomly selected undergraduate medical students from a Brazilian university center. The samples were collected with sterile swabs, inoculated in selective culture media, and cultured in a bacterial oven at 37ºC for 48 to 72 hours. The identification of microorganisms was performed by Gram staining and observation under an optical microscope. A semi-structured questionnaire was applied to verify the environments of use, the frequency and methodology used for sanitation. The analysis of the results showed that 93% of the analyzed devices were contaminated, and the number of colonies forming units (CFU) ranged from only 3 to 80 CFU. Gram staining revealed the presence of Staphylococcus aureus and gram-negative bacilli. Fungal colonies were observed, and Rhizopus spp. and other filamentous fungi were identified. Concerning the answers obtained, 100% of the analyzed students use the cell phone on a daily basis, 80% borrow it for use, 66.7% use devices from other classmates, and 73.3% sanitize the device, with 40% performing this task once a week while the others do it only occasionally. We concluded that the cell phone may be considered a fomite for cross-transmission of medically important microorganisms related to healthcare-associated infections.
Keywords: Contamination. Microorganisms. Cell phones. Undergraduate students. Sanitization.
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